quarta-feira, 16 de maio de 2012

Uma Infância Despreocupada...

 "Convivi de perto com o Armando nesse longínquo tempo da nossa infância em S. Pedro e é, pois, com grato prazer que o felicito por este especial aniversário."
Vitor Ferreira




 Quero assinalar as setenta primaveras do Armando Queiroz com uma breve referência ao percurso da nossa juventude em S. Pedro. Uma infância despreocupada, em que partilhámos a feliz disponibilidade para as brincadeiras próprias da nossa idade, para os divertidos jogos tradicionais, desde o bete ao picachão, assim como para a obrigatória prática do futebol.

A nossa professora era a D. Lia, excelente professora, exigente com os seus alunos, principalmente com os da quarta classe, pois o exame era feito em Almeida e os alunos dela tinham que ser melhores do que os das outras aldeias. Nos intervalos das aulas, corríamos para o enxido, que era o palco escolhido para as brincadeiras habituais, mas a Lancha do Forte também não era esquecida para o alegre exercício das nossas “escorregadelas".

Convivi de perto com o Armando nesse longínquo tempo da nossa infância em S. Pedro e é, pois, com grato prazer que o felicito por este especial aniversário.

Parabéns Armando e um grande abraço de amizade!

Feliz Aniversário

Vítor Ferreira

4 comentários:

  1. O edifício que aparece do lado esquerdo é a Escola da D. Lia
    Julgo que esta fotografia deve ser dos anos 50, quando o Armando frequentava a escola.

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  2. Eu e o meu amigo Vítor Ferreira pertencemos ao último grupo que a D: Lia preparou para o exame da 4ª. Classe. No ano seguinte reformou-se.
    Ser aluno da D. Lia, não era pêra doce, mas quando se aproximava a data do exame, a coisa complicava-se ainda muito mais.
    As aulas eram quase do nascer ao pôr-do-sol. Entrávamos muito cedo e cerca das 9 horas íamos a casa tomar o pequeno-almoço. Ao fim da tarde as outras classe saíam e ficávamos só os da quarta, até às tantas.
    Chegado o dia do exame, vestimos o fato domingueiro e lá fomos em excursão, de burro, até Almeida, acompanhados pelas nossas mães que os pais tinham coisas mais importantes a fazer. Era já altura de regar as batatas, tratar das hortas ou dar um jeito nas vinhas.
    Ao fim da tarde encarrapitados nos mesmos burros regressámos a S. Pedro, e distribuímos rebuçados de meio tostão que trazíamos num pacote de papel pardo, a quem nos fazia a desnecessária pergunta se tínhamos passado. Como se fosse possível um aluno da Lia não ter passado.
    Seguimos depois caminhos distintos e já nem todos estão entre nós, como é o caso do Lúcio a quem chamávamos o Cartaginês.
    Estamos, por vezes, muito tempo sem nos encontrar, mas estou certo que, tal como o ti Álvaro Ferreira e o ti Zé Queirós, tanto eu como o Vítor mantemos viva a relação de amizade que construímos na nossa infância,
    Armando

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  3. Rás partam estas tecnologias! Se eu escrevesse num papel do tempo da Dona Lia, não me acontecia isto. É dura, mas é a verdade pura.
    Estive aqui a martelar um comentário durante mais duma hora. Custou-me os olhos da cara. Quando o mandei publicar, o sacana desapareceu.
    Agora tenho que o reconstruir, e aqui fica o compromisso.
    Mas tenho que descansar um par de dias.
    É bem verdade o que o filósofo diz: "Sem ócio não existe criação".

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  4. Ena, ena! Tão novinho e já o Cândido sabia o que era um cartaginês! Hoje em dia qualquer tipo chega a velho, sem o ficar a saber.
    Estava capaz de arriscar que uma tal anomalia era fruta da vara de marmeleiro que a D. Lia lá tinha. Porque comigo passou-se coisa parecida.
    No meu caso era a D. Belisanda, uma visigoda de raça, na essência e nos acidentes. Enchia a barriga aos perús com ortigas cozidas que eu levava do quintal. E um dia acertou-me uma varada que nunca mais me esqueceu.
    A minha mãe vestiu-me nesse dia uma camisita nova de riscado, aos quadradinhos vermelhos. E eu lá fui, todo vaidoso, desta vez é que ia ser. E foi. Mal me viu ali ao lado, a minha coleguita prometida pôs-se logo a derreter-se na carteira.
    A D. Belisanda é que não brincava em serviço. Talvez fossem ciumeiras, nunca o soube, eu de adultos ainda hoje pouco entendo. Recambiou-me para casa, que mudasse de camisa, e não voltasse a aparecer disfarçado de bombom de chocolate. Logo a mim, que só muito depois vim a saber o que isso era.
    Assim perdi eu um bom futuro, mas ganhei uma camisa que nunca mais esqueci. E cá dentro da cabeça, ainda hoje um bombom tem quadradinhos vermelhos.
    A D. Lia do Cândido, e a minha tal Belisanda, (e as varas de marmeleiro), deram vida a gerações de sábios, se não chegavam a génios. Eram cometas dentro duma sala, e nós todos atrás a cauda deles.
    Um dia entraram de baixa e a geração acabou. Teve o mundo que inventar estes computadores.

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