"Hoje, olhamos para aquela casa com uma certa nostalgia"
Armando
A Casa da Varanda
(descrita pelo Armando)
Até poderia ser o nome de um solar, eventualmente transformado em Turismo Rural. Mas não é. Casa da Varanda é apenas a casa onde nascemos e vivemos os primeiros anos das nossas vidas. No meu caso, doze anos.
Subindo os degraus de pedra, entrava-se directamente numa sala pequena que em S. Pedro é chamada “meio da casa” pronunciando-se “meidacasa” tendo, no mesmo piso, mais uma cozinha e dois pequenos quartos. No piso inferior, a nível da rua, havia uma loja que servia para tudo.
A primeira divisão era a barbearia do ti Zé Queirós. Para além disso tinha um poleiro para as galinhas, guardavam-se as batatas, as abóboras e outras colheitas, uma salgadeira, um celeiro para os cereais de colheita e para os recebidos, como avença anual, dos fregueses a quem semanalmente o nosso pai rapava os queixos. Uma vez até serviu para sala de jantar do casamento da nossa vizinha Rosita.
Hoje, olhamos para aquela casa com uma certa nostalgia e fomos, naturalmente, apagando da memória o desconforto que lá vivemos, até porque nunca tínhamos experimentado nada melhor. Mas para a nossa mãe que tinha passado por situações bem mais confortáveis, não foi concerteza nada fácil ter tido e criado quatro filhos na Casa da Varanda.
Armando
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comente este post