"Em Dezembro de 1947, o Armando Queirós, o “Armandito”, foi passear uns dias ao Porto a casa da avó Laura que vivia no Muro dos Bacalhoeiros… "
Minha namorada e esposa Maria Luísa
Teria eu talvez 19 anos (em Dezembro de 1947) e namoriscava a Maria Luísa, nascida em Junho de 1930, quando o Armando Queirós, o “Armandito”, foi passear uns dias ao Porto a casa da avó Laura que vivia no Muro dos Bacalhoeiros…
Uma ocasião, a Maria Luísa, tia do Armandito, encontrou-se comigo na rua levava pela mão o sobrinho, Armando Queirós, teria ele uns 6 ou 7 anos assistindo entusiasmado à conversa entre mim e a tia Mª Luísa. De imediato, percebeu que algo de mais passaria, além de um ocasional encontro, ficando evidente que seriamos namorados. Mediante este facto a tia Maria Luísa ficou muito preocupada com a reação que a mãe Laura poderia ter quando o Armandito lhe fosse contar o sucedido: “ a tia tinha um namorado”.
Sendo assim, tive a brilhante ideia de lhe dar 2$50 (dois escudos e cinquenta cêntimos) mas, com o pedido de ele nada contar à avó Laura!...
Como qualquer criança, fez o mais natural e espontâneo diálogo com a avó assim que a viu…, além de a tia Maria Luísa ter namorado, ele por sinal, foi muito simpático, pois, ainda lhe tinha dado vinte e cinco tostões, uma pequena fortuna na época!...
A avó Laura não se aborreceu e tudo continuou até ao desfecho do nosso casamento em Dezembro de 1951, com uma duração feliz e de entendimento durante mais de 57 anos, até a morte abruptamente levar a Maria Luísa em Fevereiro de 2009.
Foi com alegria e grande saudade que relatei estes factos… como o tempo passou!...
Tio Armando Mesquita
A estadia no Porto
ResponderEliminarA ida de comboio ao Porto, entregue aos cuidados da Ti Henriqueta Sales, é a primeira grande viagem de que tenho memória. Já tinha ido a Rebordãos (Bragança) com a minha mãe a madrinha Lucília, o António e o Norberto, mas era muito pequeno e apagou-se-me da memória. Quem se lembra bem das peripécias dessa viagem é o António.
Vindo de S. Pedro onde só se via um automóvel de vez em quando, imagine-se o que terá representado a chegada ao Porto, para um garoto de 5/6 anos.
Durante os meses que passei no Muro dos Bacalhoeiros, a maior parte do tempo passava-o à janela contemplando o Douro que não me cansava de olhar.
Os tios proporcionaram-me alguns passeios pela cidade, mas a tia Luísa não deve ter ficado com muita vontade que a voltasse a acompanhar, pois ninguém gosta de ser denunciado. Mas como é que poderia ter abafado a alegria de ter pela primeira vez 25 tostões?
Tenho outra história de que o tio, provavelmente, já não se lembra Aí pelos anos 70/80, o meu irmão António visitou-me num dia à tarde acompanhado por um casal de amigos seus, dizendo que eram emigrantes nos Estados Unidos e estavam de férias em Portugal.
Depois das apresentações e do convívio habitual entre visitados e visitantes, o António já convencido que eu não tinha reconhecido os meus tios Luísa e Armando, teve mesmo de dizer que afinal não era um casal de emigrantes. Mais uma gafe da minha parte,
Como o tempo passou!...diz o tio. É verdade, mas passou para todos. O garoto que o denunciou há mais de 60 anos, está hoje já na terceira idade
Armando