"Tu personificas um bocadinho o meu pai"
Raquel
Então muitos parabéns, por este dia tão especial, que certamente ficará na tua memória.Só uma confidência, antes de me despedir. Tu personificas um bocadinho o meu pai, na maneira como ambos pensavam e falavam sobre determinados assuntos, por isso sei que se algum dia necessitar de um conselho importante, que só um pai consegue dar, sei que posso contar com algumas palavras tuas, que para mim serão sábias (tal como eu considerava o meu pai).
Um grande beijinho de Parabéns!!!
Raquel Pereira
Ao escrever "Tu personificas um bocadinho o meu pai", a Raquel prova que, apesar da sua juventude, estava atenta e não esqueceu a relação que estabeleci e mantive sempre com o meu amigo Joaquim Pereira.
ResponderEliminarMas, ao recordar o Joaquim revivemos também as voltas que demos pelos cantos deste país, os tascos que experimentámos, as partidas que pregámos e até os sustos que fazíamos a Orlanda sentir quando nos metíamos por caminhos escabrosos.
A primeira grande volta e que ficará sempre na memória de todos os participantes, foi a Viagem dos Comboios pela linhas que já adivinhámos não iriam durar muito.
Enfiados os seis no velho Renault 12 do Joaquim, chegámos à noite a Penafiel onde jantámos num restaurante a puxar para o caro e, perante o aparato cerimonioso com que o empregado nos servia, a Raquel exclamava: “Ai que Fino”.
A ida ao Romeu, com almoço no Maria Rita e a visita ao Museu, as estranheza dos revisores sobre os motivos da nossa viagem, a espera propositada, de um comboio da Linha do Tâmega, em Livração, a pedido telefónico do revisor da Linha do Douro, sem o que não poderíamos chegar a Amarante, fazem parte daqueles pormenores que continuaremos a incluir nas nossas pequenas histórias.
Saídos da estação, em Amarante, invadimos, os seis, o primeiro táxi que apareceu. A cara de fome que aparentávamos deu ao motorista a informação suficiente sobre o destino que pretendíamos.
Calhou-nos, por bem, ir parar à Adega dos Bons Amigos, onde as garotas se deliciaram com um arroz amarelo, enquanto nós os quatro íamos sorvendo, à vez, o verde tinto carrascão da caneca de litro que tinha aparecido, como que por magia, no centro da mesa.
No regresso dormimos em Tondela, numa casa dos compadres do Joaquim. Três gerações de familiares dividiam-se por quartos salas e corredores, mas mesmo assim couberam ainda mais seis. Ninguém sabe donde surgiu o espaço para estes seis penduras.