segunda-feira, 14 de maio de 2012

Saudade do tempo que não volta



Fizemos uma grande festa com baile e fogueira até ao nascer do sol, foi só comer e até apanhámos uma bebedeira."
Zé Ruivo


Olá Armando
Eu sou o Zé Ruivo, mais conhecido por Zé Borrego, que nasceu ao pé de ti, a 20 metros da tua casa. Lembras-te quando brincávamos com a bola de trapo e na altura que nevava a nossa terra ficava toda branquinha e também brincávamos com bolas de neve? No enchido também nos divertíamos imenso e além disso, brincávamos na escola à chona, o bete e picachão. 

Na entrada da escola era sempre uma festa, com o professor Luzia, uma vez até ganhámos um rebuçado. Depois mudámos de escola, onde por sinal também havia meninas, e naquela altura gostávamos de as ver a brincar, e lá ficamos com a Dª Lia seguida da Dª Fernanda que nos levou à 4ª classe ao exame em Almeida. 

Depois cada um foi para o seu lugar, eu fui trabalhar para Lisboa e tu, já que eras cromo, foste estudar para a Guarda e lá só nos víamos nas festas da padroeira. Mas mais tarde, não é que nos encontramos na Inspecção em Almeida, e aí foi outra festa na terra. Fizemos uma grande festa com baile e fogueira até ao nascer do sol, foi só comer e até apanhámos uma bebedeira. Lembras-te que até roubamos um pato à minha mãe que nos soube que nem ginjas, e a lenha era do Ti Francisco e ao Ti Zé Silva tiramos uma faixa de palha para assar o patinho. 

Depois lá seguimos cada um para o seu lado, mas quando penso nessa altura sinto um grande amor por tudo o que vivi. Saudade do tempo que não volta. 

Muitos Parabéns. 

Zé Ruivo

1 comentário:

  1. O Zé Ruivo é o meu único quinto.
    (Em S. Pedro do Rio Seco, são quintos os nascidos no mesmo ano)
    Lembro bem o dia em que os dois entrámos para a escola dos rapazes (foi o último ano em que funcionaram duas escolas).
    O Professor Luzia deu-nos um rebuçado de meio tostão e como éramos caloiros, concedeu-nos um período de carência quando a reguadas.
    Depois da escola primária seguimos destinos diferentes, mas o nosso grande encontro veio a verificar-se quando fomos, em Almeida, à inspecção militar.
    Poderíamos ter feito a inspecção nas cidades onde morávamos, mas não quisemos deixar a rapaziada de S. Pedro do Rio Seco privada, naquele ano, do bailarico abrilhantado por um tocador que O Zé levou de Lisboa e anunciado pelo foguetório que lançámos quando chegámos à Cruz das Almas. Depois há mais aqueles pormenores que só os de S. Pedro percebem.
    Já há muito tempo que não vejo o Zé Ruivo, mas se nos encontrássemos hoje continuaríamos, de certeza, a conversa da última vez que nos vimos
    Armando

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