"Mais históricos que as antas do Monte Abraão, só os bifes do Armando."
António Godinho Ferreira
Nota explicativa a esta dedicatória (de autoria de um dos protagonistas)
Em 1970, a Fátima e o Armando foram os primeiros a ter uma casa de família, um T3 no Monte Abraão em Queluz.
Num fim de semana o casal convidou meia dúzia de amigos para almoçar. O repasto começou com berbigões num molho tão apreciado que os convivas foram molhando nele o pão até esgotarem o pão, o molho e a fome.Então resolveram ir jogar matraquilhos e comprar mais pão e quando o apetite voltasse davam conta do coelho, e assim fizeram.
Pelas quatro da tarde voltaram todos à mesa e apreciaram o coelho que desapareceu rapidamente naquelas bocas mais habituadas às refeições na Cantina da associação de Económicas. A Fátima perguntou se estavam satisfeitos ou queriam comer mais alguma coisa, embora convencida de estaria a fazer uma pergunta desnecessária. O Godinho remexeu-se na cadeira e disse que marchava algo mais.
- Eu tenho bifes no congelador, queres mesmo?
- Sim, respondeu o Godinho.
- Com batatas fritas?
- É boa ideia, retorquiu ele.
- Com ovo a cavalo?
- Sim, sim. Mas tu comes tudo?
- Como, claro! rematou ele.
Veio o bife com batatas fritas e ovo a cavalo, todos os olhos estavam suspensos no novo prato do Godinho e ele calmamente comeu tudo até à última batata. Vieram as farófias e o Godinho repetiu. Foi um dia que ficou para a história.
E viva a Juventude! Hoje isto já não se passaria assim com os mesmos actores.
Como é que um simples bife e ainda por cima congelado, pode ficar na história?
ResponderEliminarOu a partir de um bife fazer-se história?
Claro que tudo isto se passa antes do Bitoque destronar o Meio Bife, no tempo em que se anunciava diariamente na primeira página do Diário Popular: “Meio Bife 6 escudos” no Comibebe, junto ao Coliseu.