"...um sentido de humor profundamente apurado o que denota o prazer e a satisfação de viver."
Amílcar
Remexendo nas minhas memórias longínquos mal me recordo do Armando em S Pedro. Embora não pareça normal é a realidade...é que o Armando era na altura já um rapazito e eu um garoto. A propósito... em conversa argumentou um dia que em S Pedro, ao nosso tempo, não havia crianças...como assim?.. é que só havia garotos...
Já na Guarda inicia a sua vida de trabalho no Gião e decerto pensando ir mais além recomeça os estudos. É que a vida não era nada fácil naqueles tempos, ainda por cima com a espada da guerra em cima da cabeça. Lá foi passar uns tempos a Cabinda, por sinal bem perto onde o pai, José Queirós, tinha estado na ânsia de uma vida melhor.
Perderam-se os contactos frequentes. Vim a reencontrá-lo numa AG do Sindicato dos Bancários em 1973 (?). Lá falamos da agitação sindical que se vivia ao tempo.
Hoje não posso esquecer quando ele, convidado por uns amigos de Lisboa para um almoço em Santarém (que eu organizava) nos viemos a reencontrar com grande surpresa e satisfação de ambos.
Hoje os tempos são outros e vamos convivendo, e é com imenso prazer que reconheço um homem com elevado sentido cívico e cultural, pleno de princípios de vida e com um sentido de humor profundamente apurado o que denota o prazer e a satisfação de viver. Considero serem estes princípios que nos trazem alento e nos proporcionam um dia a dia pleno de satisfação e com capacidade para ultrapassar as adversidades que nos vão aparecendo diariamente.
Assim devem continuar...
Amílcar
Penso que o nascimento deste meu primo foi a coisa mais importante que aconteceu ao ti António Queirós durante toda a sua vida.
ResponderEliminarAté entrar para escola conviveu mais, nas brincadeiras, com o meu irmão Luís porque eu com mais três não estava para aturar garotos pequenos.
Ainda conheceu a D. Lia, durante alguns meses, mas nunca deve ter experimentado a sua vara de marmeleiro na cabeça.
A velha professora reformou-se e veio uma jovem com cara e pretensões a santa. Para além da tabuada e do “a e i o u”, preparava a garotada para evitar as tentações do demónio e para aprender os melhores caminhos que conduzissem aos céus.
Nada melhor do que fazer uns sacrifícios.
Depois de conferir a cópia, marcada como trabalho de casa, um dia perguntou ao Amílcar qual o sacrifício que tinha feito.
A resposta foi pronta: Senhora professora. A minha mãe deu-me pão com chouriço. Não me apetecia, mas comi-o
Não sei se este sacrifício terá sido suficiente para subir um degrau, mas o que conta é a intenção.
Chegado ao liceu da Guarda, foi afinando a pose e resolveu trocar de apelido, passando de Lourenço Queirós a Alho que pronunciava a seguir a Amílcar em grande velocidade.
Provavelmente ainda existem antigos colegas do liceu, convencidos que se chama Amílcar Alho