"não tinha hábito de utilizar linguagem de caserna
(entre tanta malta, devia ser o único!)"
Isidro Rodrigues
Conheci o nosso amigo Belga em terras de Maiombe-Cabinda, em cumprimento do serviço militar obrigatório.
O Belga era o responsável na Compª 679 pela manutenção de viaturas, sendo estas de origem americanas, já cansadas, pela muita utilização numa outra guerra, a 2ª mundial.
Nestas condições, era muito difícil manter um parque de carros operacional, nomeadamente por falta de sobressalentes. As exigências de quem mandava eram por vezes transmitidas aos berros, com a utilização de uma linguagem vicentina, da qual o Gil teria com certeza muita inveja.
Admirava o Queirós, que se revelava preocupado por não poder resolver o exigido, mas sempre muito calmo, não tinha hábito de utilizar linguagem de caserna (entre tanta malta, devia ser o único). O meu amigo, levou de certeza a carta a Garcia. Observei outro aspecto curioso no Queirós: o humor irónico.
Tirava sempre partido das incoerências de toda a gente, tímido, mas interessante.
Isidro A. M. Rodrigues
Aposto em como não há um único indivíduo do Batalhão 682 que não conheça o Isidro. E se, por acaso, houver uma pequena falha de memória, bastará acrescentar: “ O Gordo” (que por acaso agora pesa menos do que eu).
ResponderEliminarMas se ele era O Gordo, eu era O Belga,
A tropa estava instalada numa antiga serração, onde tinha ficado apenas um funcionário, Monsieur Leclerc, e sua mulher que tratávamos simplesmente por Madame.
Sobre este Belga contavam-se muitas histórias quanto à sua participação na Segunda Guerra, não se sabe de que lado, nem ninguém apurou nada de concreto.
Quando nós lá estávamos era o agente de uma companhia que nos fornecia combustíveis e, por isso, eu contactava muito com ele. Alguém se lembrou de estender Belga ao meu nome e Belga fiquei até hoje.