sábado, 9 de junho de 2012

Histórias do Banco - Da Vitória à Derrota


"O Queirós fez um trabalho enorme na dinamização do segmento de Particulares e da Rede de Balcões do Banco"
Anselmo Cavaleiro


Com o ano de 1985 e a nomeação de um novo Conselho de Administração, presidido pelo Dr. Raul Capela, chegou a mudança, com o início do processo de reestruturação profunda do Banco, que haveria de conduzir à sua privatização, a partir de 1989, já sob a liderança do Dr. Alípio Dias. Foi neste âmbito que as nossas carreiras tomaram finalmente um novo rumo, com a criação da Direcção de Estudos e Planeamento, em 1986, sob a liderança do Dr. Deus Vieira, como Director Coordenador, com quem tivemos o prazer e o privilégio de trabalhar durante cerca de 13 anos. O Dr. Deus Vieira foi um Quadro Bancário de craveira superior e é um Homem de qualidade ímpar, quer como cidadão, quer nos planos intelectual e cívico.

O Armando Queirós foi designado, nesse ano, Responsável pelo Departamento de Marketing do Banco, primeiro com a categoria profissional de Director Adjunto, e mais tarde com a de Director, função que desempenhou com grande competência e profissionalismo até ao fim da DEP, em 2000.

Foi um período de ouro, que correspondeu ao apogeu do Banco Totta & Açores nos seus mais de 160 anos de história.

O Queirós fez um trabalho enorme na dinamização do segmento de Particulares e da Rede de Balcões do Banco, e relativamente ao qual, estou certo, toda a organização Totta ficou reconhecida.

Com poucos meios, foi extremamente criativo no lançamento de produtos competitivos na captação de recursos e no crédito para Particulares, sem dúvida uma área de negócio fundamental, à época, para a recuperação e projecção do Totta para os primeiros lugares do ranking da Banca Privada Portuguesa, em meados da década de 90.

Mas o progresso sem paralelo do Totta, em toda a sua história, viria a ser interrompido, por arranjos políticos ao serviço de um Partido e de interesses particulares, com alguma incompetência técnica e estreiteza estratégica pelo meio.

Foi assim que a venda do Totta, pelo Governo de então, não aos seus accionistas originários, mas sim a um Grupo Financeiro rival e inimigo da sua história, veio a determinar o início, em 1995, de um percurso de cinco anos que havia de conduzir ao seu desaparecimento, enquanto Grupo Financeiro e Instituição de Crédito autónoma.

Esta foi sem dúvida uma derrota muito pesada, e sobretudo injusta, para todos os Colaboradores do Grupo Totta, com implicações graves nas vidas de muitos e das suas famílias, e com prejuízo grave para a economia nacional.

Anselmo Cavaleiro

(continua)

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